Seminário debate Transporte Irregular e Aliciamento de Mão de Obra.
Agricultores sergipanos da região
de Canindé do São Francisco foram munidos de informações e inteirados da
legislação para a prevenção e combate ao trabalho escravo em Sergipe, durante o
Seminário ‘Segurança, Saúde, Transporte Irregular e Aliciamento de Mão de
Obra’, realizado na manhã desta sexta-feira, 07/12, no município de Canindé do
São Francisco.
O SINDISERVE-CANINDÉ: Sindicato
dos Servidores Públicos Municipais de Canindé de São Francisco-SE, Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Canindé de São Francisco, Associação Comunitária
Nossa Senhora da Conceição, Associação dos Agentes Comunitários de Saúde e
Combate a Endemias, e demais movimentos sociais se fizeram presentes no evento,
assim como representantes do mandato da deputada Ana Lúcia (PT).
O procurador do Trabalho em Mato
Grosso do Sul, Titular da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho
Escravo, Jonas Ratier Moreno, fez uma introdução sobre o panorama geral do
trabalho escravo no Brasil lembrando que irmãos nordestinos são transportados
para outras regiões do país, muitos sem condições de voltar. Trabalhadores
ludibriados vão para o local errado, e são ameaçados quando tentam voltar para
suas casas.
“Um ser humano não pode ser
tratado como coisa, antes de aceitar um trabalho é preciso saber se o posto de
trabalho é digno. Um empresário trabalha para obter lucro, mas este lucro tem
que ser ético, ele não pode ser sobre o suor e sangue do trabalhador. Por isso
é importante procurar saber quem está contratando e onde vai trabalhar, essas
são informações necessárias para evitar que o trabalhador caia numa rede de
exploração", alertou.
O procurador do Trabalho em
Sergipe, Raymundo Ribeiro, disse que a impunidade alimenta o trabalho escravo
no Brasil. Ele deixou um recado para os aliciadores que atuam em Sergipe: “O
lucro do trabalho escravo fica com o dono do empreendimento, e quando a rede de
exploração é descoberta, ele tem como contratar escritório de advocacia para
lhe defender. Isto não acontece com o aliciador, ele está cometendo um crime ao
recrutar pessoas para o trabalho escravo, ganha pouco e acaba sendo preso”.
O inspetor Alvino Domingues,
chefe de fiscalização e policiamento, falou da importância de se evitar a
prática do trabalho escravo, já que na maioria das vezes ele só é descoberto
quando já causou mortes, acidentes, entre vários danos ao trabalhador.
Domingues informa que em 2012, aproximadamente 40 mil veículos foram
fiscalizados para a verificação de transporte do trabalho escravo.
A presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, a agricultora Marineide dos Santos, conhecida como Dêda,
reconheceu a importância do seminário, enfatizando a necessidade de um trabalho
continuado de fiscalização. “Se Canindé é o município que mais apresenta o
problema do recrutamento de pessoas para o trabalho escravo em Rondônia, no
Mato Grosso e até na divisa do Brasil, precisamos fazer um trabalho
intensificado de esclarecimento. O sindicato tem um papel importante neste
quesito já que os trabalhadores da área rural são os principais atingidos”,
observou a sindicalista.
O presidente SINDISERVE-CANINDÉ –
Emanoel Aleixo alerta que necessário a mobilização de todos os sindicatos e a
sociedade civil para combater o que ele chamou de “escravidão do século
XXI”.
Por Iracema Corso, com
colaboração da ASCOM - SINDISERVE-CANINDÉ.
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