Lei da Mídia Democrática ganha às ruas do Brasil e fortalece campanha contra o monopólio nas comunicações
“O diálogo da secretária de Educação Márcia Valéria com professores de Aracaju é: inquérito administrativo. Essa é uma forma clara de amedrontar e submeter professores", professora Pureza, SINDIPEMA
Escrito por: Iracema Corso
O cordão de solidariedade às professoras ameaçadas de demissão pela Prefeitura de Aracaju se fortaleceu na manhã desta quinta-feira, 02/01, com a manifestação pública realizada em frente à Secretaria Municipal de Educação, que contou com a presença da diretoria da CUT/SE, professores, pais de estudantes, a deputada estadual e ex-dirigente cutista Ana Lucia (PT), dirigentes do SINTESE (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Sergipe) e do SINDIPEMA (Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju).
Durante o ato público, a alfabetizadora Edileide Maria Barrozo dos Santos, professora e dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), foi ouvida em mais uma audiência do inquérito administrativo movido pela administração municipal de Aracaju. A professora está sendo ameaçada de demissão por exercer seu direito de autonomia em sala de aula e se recusar a utilizar em sala de aula o programa Alfa & Beto – que já foi embargado pelo Ministério Público da Bahia e retirado das salas de aula em Salvador, devido seu conteúdo racista e preconceituoso.
“Não queremos transformar nossos jovens em cidadãos alienados. Agradeço a todos o apoio na resistência para que não sejamos obrigados a implantar em sala de aula nenhum pacote educacional comprado pela Prefeitura de Aracaju que não contribui com a educação, formação e engrandecimento dos meninos e meninas que estudam na rede pública de ensino”, agradeceu emocionada, a professora Edileide Maria.
O pai de estudantes da Rede Pública, Gildo Alves, também compareceu ao ato e criticou o material didático imposto aos educadores. “O material contem exemplos racistas e um discurso preconceituoso com idosos e pessoas com deficiência física, o professor que se nega a utilizar este material está correto. No Dia 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, que é feriado, as crianças também tiveram aula. Minha atitude foi não levar meus filhos para a escola, pois é uma data de reflexão e combate ao racismo no Brasil inteiro”, observou.
A dirigente do SINDIPEMA, professora Pureza, relatou que desde a posse do prefeito João Alves, foi implantado um clima de terror nas escolas com a sabotagem da Gestão Democrática e fim da autonomia do professor em sala de aula. “O diálogo da secretária de Educação Márcia Valéria com os professores de Aracaju é: inquérito administrativo. Essa é uma forma clara de amedrontar e submeter os professores ao projeto que a Prefeitura está implantando de forma completamente antidemocrática. O clima de perseguição agora faz parte do cotidiano dos professores de Aracaju, por isso todo apoio aos educadores é importante”, avaliou.
PROFESSORAS PERSEGUIDAS
Em Aracaju, além da professora Edileide Maria, a professora Maria Elba da Silva, ex-presidente do SINDIPEMA, que também se recusou de aplicar o Programa Alfa & Beto em sala de aula, é vítima de inquérito movido pela administração de João Alves Filho que pede sua demissão.
No mês passado, pelo mesmo motivo, a Prefeitura de Aracaju suspendeu o salário de dezembro e o pagamento do 13º às professoras da Escola Municipal José Garcez Vieira, situada no bairro Siqueira Campos, Adjane Lima de Souza e Márcia Aparecida. Contando com o apoio da assessoria jurídica do mandato do vereador Iran Barbosa (PT), que ingressou com ação na Justiça em defesa da autonomia profissional do magistério municipal, garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, o salário das professoras foi devolvido.
Comentários
Postar um comentário